Então, um de seus filhos o José Manoel da Silva, partiu para o sertão de Minas, em busca de melhores condições de vida.
Saindo de São Paulo, foi com destino á região do Alto Paranaíba. Esta região era muito famosa, onde encontrava diamantes em grande quantidade nos rios Abaeté, Indaiá e Borrachudo, afluentes do Rio São Francisco e também nos afluentes do Rio Paranaíba.
No Alto Paranaíba tinha um entroncamento de duas importantes picadas, Estradas Reais, a primeira tinha sido autorizada sua abertura pela Corte Portuguesa em 1722 saindo de São Paulo, com o destino Paracatu. De Paracatu seguia vários ramais, e um deles foi com destino a sertão de Goiás.
Segundo o historiador Antônio de Oliveira Mello, a região noroeste de Minas Gerais foi visitada e conhecida desde o final do século XVI.
A conquista das regiões interioranas já vinha sendo estruturada há tempos.
Em 1722, quando Tomás do Lago Medeiros recebeu a patente de Coronel de Paracatu e o direito de guarda-mor das terras desta região, o ouro ainda não tinha sido descoberto, estava sendo feitas as primeiras pesquisas.
Em documento datado de 1722, era exigida dele, como contrapartida pelos privilégios recebidos, zelar pela boa composição do povoamento a ser estabelecido nestas paragens.
A picada que tinha saído de São Paulo estava chegando também em Paracatu.
Em 1736, uma segunda picada também autorizada pela Coroa Portuguesa, saía da estrada Real Rio a Ouro Preto. Ela tinha início em Vela do Príncipe "São João Del Rei", com destino a Paracatu e Também ao sertão de Farinha Podre "Triângulo Mineiro".
Ela passava por Itapecerica, Pitangui, até chegar ao Alto Paranaíba, onde encontrava com a que tinha saído de São Paulo em 1722, na localidade Guarda dos Ferreiros, de onde poderia seguir para o Triangulo Mineiro, Paracatu e o sertão de Goiás.
O que é Estrada Real?
Estrada Real é um conjunto de vias e caminhos criados pela Coroa Portuguesa durante o período do Brasil Colônia, principalmente no século XVII e XVIII, cujo objetivo era do acesso aos metais preciosos como ouro e diamantes do interior de Minas Gerais e de outras localidades.
Por elas transportavam com mais segurança, em todas elas eram mantidos pontos de fiscalizações e de observações com a presença de soldados.
Os destacamentos de cavalaria, nas minas eram chamados de Dragões das Minas, policiais reais.
Em sua época era o único trajeto permitido aos mineradores ou transportadores destes minérios aos locais de exportações.
As duas picadas que passavam pelo Alto Paranaíba foram muito movimentadas no período da colonização de Paracatu também o sertão de Goiás e o Triangulo Mineiro.
Pelas quais transitavam bandeirantes, viajantes, sertanistas, fazendeiros, padres missionários, pastores, soldados, escravos, grupos de exploradores e aventureiros.
As picadas eram Estradas Reais “como hoje as BR” que só poderiam ser abertas exclusivamente com autorização da Corte Portuguesa, que tinha o interesse nas minerações e o povoamento do interior Brasileiro.
Foram varias as estradas abertas para diversas regiões de garimpagens ao longo do século XVII e XVIII.
Nestas estradas eram mantidos os pontos de fiscalização e observação de todos que por elas passassem.
Ao longo delas iam surgindo os núcleos dos povoados, nos pontos de pousadas e em outras localidades. Locais onde tinha também os pontos de abastecimentos.
No Alto Paranaíba, durante os anos 50 aos 60 do século XVIII, surgiu o primeiro núcleo de cidade, que foi com a chegada de garimpeiros nas proximidades do rio Abaeté, afluente do rio São Francisco, à procura de diamantes.
Um dos primeiro a chegar foi José Mendes Rodrigues, com sua comitiva, fixando residência, juntamente com outros forasteiros, onde foi iniciado o povoado de Pouso Alegre.
Porque Pouso Alegre?
Esta comitiva era organizada por José Mendes Rodrigues. Sua esposa estava esperando um filho sendo que foi nesta pousada que aconteceu o nascimento de seu filho. Por isso é que ela recebeu este nome.
Com o passar dos anos foram muitos os moradores que por lá passaram. Hoje em homenagem ao fundador, e por ser localizada próximo ao Rio Abaeté, afluente do Rio São Francisco, foi mudado o nome para Abaeté dos Mendes.
Era uma pousada muito movimentada, por onde passaram muitos viajantes ao longo dos anos.
O local até então despovoado foi crescendo, chegando a possuir, em 1760, cerca de 500 habitantes.
Por essa época, foi visitado pelo Padre Missionário José Pascualine, que era amigo da família do Senhor José Mendes Rodrigues, fundador do povoado de Pouso Alegre.
Ele chegando ao povoado, correu a noticia da chegada do Missionário, que estava em visita na região, foi motivo de festa para todos os habitantes do Alto Paranaíba.
Para a celebração da primeira missa no povoado, surgiram umas sérias divergências entre os chefes das duas principais famílias da localidade, Rodrigues e Oliveira.
A Oliveira havia se fixado a sudoeste do povoado de Pouso Alegre. Era desejo de ambos que a cerimônia se realizasse em sua casa, distante apenas poucas léguas uma da outra.
O missionário, sendo iluminado por sua grande sabedoria, sugeriu as famílias que a cerimônia fosse realizada no ponto de divisa entre as terras das duas famílias, medida que satisfez a todos. Após a escolha do local, ali foi preparado o ambiente para o grande acontecimento.
Fizeram uma limpeza em uma pequena área no terreno para construção de um barracão coberto de folhas de palmeira, muito abundante na região. Foi enfeitado com diversas variedades de flores, e abrigando um singelo altar, destinado a celebração da santa missa. Ao redor do barracão foi feito uma roçada para melhorar o ambiente.
Para o momento da celebração da santa missa vieram pessoas de outras localidades do Alto Paranaíba. Varias pessoas chegavam a pé, a cavalo e de carro de boi. Nesta celebração foi realizados casamentos e batizados.
Três anos depois, em 1763, a localidade já contava com vários moradores. Já haviam construído uma capela que ganhou o nome de Capela do Rosário.
Ela é localizada em uma praça com o mesmo nome. A capela é existente até os dias de hoje.
O pequeno arraial, que se formava no local, foi dado o nome de São Francisco das Chagas do Campo Grande, em homenagem ao Padre Pascualine, que pertencia à ordem dos Franciscanos e a Fazenda Campo Grande, uma das maiores do município.
Após ser abençoada a capela do Rosário, em 1763, o povoado então chamado de São Francisco, iniciou sua marcha para o futuro. O aumento da população logo atingiu um total de 1500 habitantes.
O povoado, criado em 1763, com o nome de São Francisco das Chagas do Campo Grande, em 1830 foi elevado à categoria de arraial.
No século XX foi elevado à categoria de vila com a denominação de Rio Paranaíba, pela lei estadual nº 556, de 30-08-1911.
No início do século XVIII, existiam na região muitos garimpeiros clandestinos. Então o governador de Minas Gerais enviou tropas para a construção de vários quarteis, com a finalidade de estabelecer uma fiscalização nas regiões de garimpagens para impedir o contrabando do ouro e dos diamantes.
O Quartel era onde sediava os soldados e de onde partia as expedições fiscalizadoras para as outras regiões de garimpagem de ouro e diamantes, que era muito abundante nesta época.
Em Guarda dos Ferreiros tinha um importante entroncamento de estradas Reais, por onde passava os carregamentos vindos pelas picadas rumo de Goiás, Paracatu e também do Triangulo Mineiro.
Lá foi instalado um posto de fiscalização no entroncamento das duas picadas com o numero 14, onde tinha também um ponto de observação, pois naquela região costumava ter muitos assaltos aos viajantes que por lá passavam.
Este entroncamento foi criado no meado do século XVII e durou ate o final do século XVIII, por onde passava as picadas.
A primeira saiu da Capitania de São Paulo em 1722, com destino a Paracatu, de onde seguia para o sertão de Goiás. A outra que tinha saído em 1736, da Estrada Real Rio a Ouro Preto. Ela tinha inicio em Vela do Príncipe “São João Del Rei”, também com os mesmos destinos triangulo Mineiro, Paracatu e as minas de Goiás.
Guardas dos ferreiros Hoje é um distrito próximo à Cidade de São Gotardo em Minas Gerais.
BIBLIOGRAFIA: História 250 anos do Rio Paranaíba de José Resende Vargas.
Fonte:. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros cidade de Rio Paranaíba histórico biblioteca.
Site Prefeitura da cidade de Paracatu Minas Gerais sua historia.
